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Sobre a malfalada classe média...

Sobre a malfalada classe média, vale a pena dar uma lida no Peter Stearns (em 1979!!), "The Middle Class: Toward a Precise Definition" . E ele chama a atenção para apenas algumas das percepções sociais relacionadas à classe média, na tradição inglesa majoritariamente situadas "mais no alto" da pirâmide social. Na nossa tradição 'francesa' ou mediterrânea, a(s) classe(s) média(s) são, com frequência, percebidas por um viés menos elitista e mais 'pequeno-muito pequeno-burguês', mais popular enfim (ao menos no mundo real, não necessariamente entre os intelectuais de carreira). Os grifos são meus.   "The concept "middle class" is one of the most enigmatic yet frequent in the social sciences.(1) Historians, in this case no more vague, toss the term about with gay abandon. Think of what the word can connote: The triumphant industrialist, with his satellite professionals as allies, ultimately forming a new ruling class, revolutionary w

Faoro, indispensável!

"O patrimonialismo, organização política básica, fecha-se sobre si próprio com o estamento, de caráter marcadamente burocrático.   Burocracia não no sentido moderno, como aparelhamento racional, mas da apropriação do cargo - o cargo carregado de poder próprio, articulado com o príncipe, sem a anulação da esfera própria de competência.   O Estado ainda não é uma pirâmide autoritária, mas um feixe de cargos, reunidos por coordenação, com respeito à aristocracia dos subordinados.   A comercialização da economia, proporcionando ingressos em dinheiro e assegurando o pagamento periódico das despesas, permitiu a abertura do recrutamento, sem que ao funcionário incumbissem os gastos da burocracia, financiando os seus dependentes.   Todos, cargos elevados - que davam nobreza ou qualificavam origem aristocrática -, como os cargos modestos hauriam a vida e o calor do tesouro, diretamente vinculado à vigilância do soberano.   O comércio, controlado ou explorado pelo príncipe, é, por sua vez,

História e demonstração

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Talvez um dos cartoons mais interessantes que já me cairam em mãos, do cartunista catalão El Perich, que encontrei uma vez folheando um livro sobre história quantitativa (minhas excusas por não relatar aqui a fonte, simplesmente não a guardei).  Contra o reino das subjetividades que assola nossa disciplina, uma quase-ciência, uma defesa bem-humorada do princípio da demonstração e da necessária verificabilidade dos dados históricos.