Patagônia
(Publicado originalmente em 10 de maio de 2008)
"Il n'y a plus que la Patagonie, la Patagonie, qui convienne à mon imense tristesse", o verso de Blaise Cendrars, em epígrafe do livro de Bruce Chatwin (Na Patagônia, Cia. das Letras, 1988), lido por toda uma geração de viajantes imaginários no final da década de 80, traduz bem a idéia de desolação, dos grandes espaços vazios, da melancolia profunda associada a esse território-mito. Planejada para ser explorada de motocicleta ou a bordo de um jipe Toyota Bandeirante, a Patagônia foi, na verdade, na maior parte das vezes percorrida apenas na imaginação de adolescentes e de outros mais crescidos. De minha parte, ando por lá numa Yamaha Ténéré 600, que nunca comprei, desde essa época!
Dos dias 19 a 21 de maio, Susana Bandieri, da Universidad Nacional del Comahue (UNCo), grande especialista argentina nos estudos sobre fronteira e região, irá ministrar, no PPGH Unisinos, no quado do programa CAPG-Capes-SPU, o curso "Aproximaciones conceptuales y empíricas a la práctica de la historia regional: el ejemplo de la Patagonia argentina". Autora de uma obra referência sobre o tema (Historia de la Patagonia, Bs. As.: Sudamericana, 2005), Bandieri evocará a Patagônia a partir de uma perspectiva que privilegia uma história regional renovada, que vê a região como espaço aberto e que busca reconstruir as regiões como resultantes "de complejos procesos históricos y sociales". Fiquei fascinado pela proposta de curso de Bandieri, e me arriscaria a sugeri-lo a todo mundo que tem o fazer da história como profissão num espaço regional denso de cultura, reflexão e problematização como o nosso! Não vai dar para assistir o curso, mas adoraria escutar Susana nesses dias, e fazê-lo sem deixar de seguir flertando, silenciosamente, com o meu 'velho' mito juvenil patagônico.
Radicci, um genial personagem da colônia italiana gaúcha, beberrão, grosso e paquerador, antípoda do politicamente correto, é criação do talentoso e engraçadíssimo cartunista Iotti, de Caxias do Sul (irmão da Luíza Iotti, historiadora da UCS). O Iotti, que também é pescador, caçador e meio aventureiro, e que, por estas e outras, deve ser também um pouco amante da Patagônia, como todo mundo, tem essa pérola de tirinha do Radicci, publicada alguns anos atrás. O amarelecido da tira denuncia o fato dela ter estado afixada por anos em meu mural lá na Unisinos... Visite o site do Radicci, é muito bacana e possui uma enorme coleção de tiras deste e de outros personagens do Iotti: http://www.radicci.com.br/
"Il n'y a plus que la Patagonie, la Patagonie, qui convienne à mon imense tristesse", o verso de Blaise Cendrars, em epígrafe do livro de Bruce Chatwin (Na Patagônia, Cia. das Letras, 1988), lido por toda uma geração de viajantes imaginários no final da década de 80, traduz bem a idéia de desolação, dos grandes espaços vazios, da melancolia profunda associada a esse território-mito. Planejada para ser explorada de motocicleta ou a bordo de um jipe Toyota Bandeirante, a Patagônia foi, na verdade, na maior parte das vezes percorrida apenas na imaginação de adolescentes e de outros mais crescidos. De minha parte, ando por lá numa Yamaha Ténéré 600, que nunca comprei, desde essa época!
Dos dias 19 a 21 de maio, Susana Bandieri, da Universidad Nacional del Comahue (UNCo), grande especialista argentina nos estudos sobre fronteira e região, irá ministrar, no PPGH Unisinos, no quado do programa CAPG-Capes-SPU, o curso "Aproximaciones conceptuales y empíricas a la práctica de la historia regional: el ejemplo de la Patagonia argentina". Autora de uma obra referência sobre o tema (Historia de la Patagonia, Bs. As.: Sudamericana, 2005), Bandieri evocará a Patagônia a partir de uma perspectiva que privilegia uma história regional renovada, que vê a região como espaço aberto e que busca reconstruir as regiões como resultantes "de complejos procesos históricos y sociales". Fiquei fascinado pela proposta de curso de Bandieri, e me arriscaria a sugeri-lo a todo mundo que tem o fazer da história como profissão num espaço regional denso de cultura, reflexão e problematização como o nosso! Não vai dar para assistir o curso, mas adoraria escutar Susana nesses dias, e fazê-lo sem deixar de seguir flertando, silenciosamente, com o meu 'velho' mito juvenil patagônico.
Radicci, um genial personagem da colônia italiana gaúcha, beberrão, grosso e paquerador, antípoda do politicamente correto, é criação do talentoso e engraçadíssimo cartunista Iotti, de Caxias do Sul (irmão da Luíza Iotti, historiadora da UCS). O Iotti, que também é pescador, caçador e meio aventureiro, e que, por estas e outras, deve ser também um pouco amante da Patagônia, como todo mundo, tem essa pérola de tirinha do Radicci, publicada alguns anos atrás. O amarelecido da tira denuncia o fato dela ter estado afixada por anos em meu mural lá na Unisinos... Visite o site do Radicci, é muito bacana e possui uma enorme coleção de tiras deste e de outros personagens do Iotti: http://www.radicci.com.br/
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